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CAPACITAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL







NO PATRIMÔNIO ÉTICO-CULTURAL DA HUMANIDADE INTEIRA HÁ UM COMPORTAMENTO QUE NÃO PODE FALTAR: A CONSCIÊNCIA DE QUE OS SERES HUMANOS SÃO TODOS IGUAIS NA DIGNIDADE, MERECEM O MESMO RESPEITO E SÃO SUJEITOS DOS MESMOS DEVERES. João Paulo II





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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Conceitos de Altas Habilidades / Superdotação

A definição de superdotação que consta nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Ministério da Educação, 2001) e que é adotada por alguns programas brasileiros, considera crianças superdotadas e talentosas as que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as artes e capacidade psicomotora.
Gardner (1995) relaciona superdotação à manifestação das várias inteligências de um indivíduo e enfatiza a capacidade de resolver problemas e de elaborar produtos. Ele organiza a inteligência em oito blocos: inteligência lingüística, que é um tipo de inteligência apresentada pelos poetas; inteligência lógico-matemática, que é a capacidade lógica em matemática e a capacidade científica; inteligência espacial, que é a capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e ser capaz de manobrar e operar utilizando este modelo; inteligência musical; inteligência sinestésica, que é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo inteiro ou partes; inteligência interpessoal, que é a capacidade de compreender outras pessoas; inteligência intrapessoal, que é a capacidade de compreender a si mesmo; a inteligência naturalista diz respeito à habilidade de ver padrões complexos no ambiente natural; inteligência existencial ou espiritualista que se refere a coisas espirituais e existenciais, como a vida, a morte e as realidades supremas.
Para Gardner o indivíduo pode ser promissor em uma dessas inteligências e não apresentar um desempenho tão bom em outra. Este autor afirma que todos os indivíduos possuem todas as inteligências em algum grau, mas certos indivíduos são considerados promissores em uma inteligência e outros indivíduos não. Superdotados, então, são pessoas bem-dotadas com as capacidades e habilidades essenciais daquela inteligência. Gardner incorporou, ainda, à sua proposta teórica, o aspecto motivação, que diz respeito a um intenso envolvimento no trabalho e um grande prazer em sua realização. Neste sentido, são considerados, também, atributos de personalidade essenciais para um bom desempenho em uma área específica de atuação: persistência, autoconfiança e coragem para correr riscos.
Entretanto, Renzulli e Reis (1997) fazem uma distinção entre ser superdotado, um conceito absoluto e em poder desenvolver comportamentos de superdotação, um conceito relativo que pode variar em graus de comportamentos de superdotação que podem ser desenvolvidos em algumas pessoas, em certo tempo e sob certas circunstâncias (p.73).
Assim, propõem uma concepção de superdotação denominada concepção dos três anéis, que afirma ser a superdotação é o resultado da interação de três fatores de comportamento:
(1) Habilidade acima da média envolvendo duas dimensões:
a) habilidades gerais, que consistem na capacidade de processar informações, de integrar experiências que resultem em respostas apropriadas e adequadas a novas situações e na capacidade de se engajar em novas situações e;
b) habilidades específicas, que consistem na capacidade de adquirir conhecimento, prática e habilidades para atuar em uma ou mais atividades de uma área específica.
(2) Motivação ou envolvimento com a tarefa, refere-se a uma forma refinada e direcionada de motivação, uma energia canalizada para uma tarefa em particular ou uma área específica.
Algumas palavras freqüentemente usadas para definir o envolvimento com a tarefa são perseverança, persistência, trabalho duro, dedicação e autoconfiança e;
(3) Criatividade, envolvendo aspectos que geralmente aparecem juntos na literatura: fluência, flexibilidade e originalidade de pensamento e, ainda, abertura a novas experiências, curiosidade, sensibilidade e coragem para correr riscos.
De acordo com essa concepção, a criatividade não está, exclusivamente, relacionada à área artística, mas a qualquer área de interesse do aluno. Acredita-se que o desenvolvimento da criatividade e da motivação dentro da área de interesse e ou de habilidade do estudante, vem ampliar as possibilidades de que o aluno venha a ter sucesso e satisfação pessoal. É importante ressaltar que, nesta definição, os três anéis não precisam estar presentes ao mesmo tempo e nem na mesma intensidade, mas é necessário que interajam em algum grau para que possa resultar em um alto nível de produtividade.
O importante é que se trabalhe para buscar um equilíbrio entre eles buscando-se aprofundar os comportamentos e habilidades já evidentes e desenvolver outros comportamentos necessários para o sucesso na área de habilidade.
Referências:
GARDNER, H. (1995). Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2001). Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica - Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001.
RENZULLI, J.S. & REIS, S.M. (1997). The schoolwide enrichment model: A how-to guide for educational excellence (2ª ed.). Mansfield Center, CT: Creative Learning Press.

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